ARCADISMO - RESUMO

O ARCADISMO

O Arcadismo no Brasil teve início, didaticamente, em 1768, com a publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa. Também chamado de Setecentismo ou Neoclassicismo, essa manifestação literária é marcada pela temática cotidiana, o bucolismo e o retorno às tradições clássicas. Os escritores árcades buscavam o distanciamento dos exageros e excessos do Barroco e estavam preocupados em demostrar em suas obras uma vida simples e tranquila, longe dos centros urbanos.

O Arcadismo teve sua principal representação brasileira em Minas Gerais, especificamente na cidade de Vila Rica, atual Ouro Preto. Alguns autores, inclusive, participaram da Inconfidência Mineira.


ORIGEM DO ARCADISMO

O Arcadismo surgiu na Europa no século XVIII durante a Revolução Industrial, sendo influenciado pelos ideais iluministas e o progresso tecnológico e científico.

O nome desse movimento literário está associado às Arcádias, ou seja, as sociedades literárias da época. De tal modo, os poetas se reuniam nas arcádias com o intuito de discutir as novas características literárias do movimento, refutando as ideias da escola anterior: o barroco.

Com o intuito de promover o racionalismo na poesia - uma vez que o período da dualidade barroca deu espaço ao antropocentrismo –, o Arcadismo é caracterizado pela temática mais pastoril e bucólica, contrariando os apegos materialistas que marcavam aquele momento e resgatando alguns aspectos da cultura clássica.


CONTEXTO HISTÓRICO

Os acontecimentos mais importantes do século XVIII e que marcaram o Arcadismo foram:

• Iluminismo;

• 1789 - Revolução Francesa;

• 1789 - Inconfidência Mineira (No Brasil);

• 1798 - Conjuração Baiana (No Brasil);


CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO

Veja, abaixo, algumas das principais características do Arcadismo:

• Bucolismo;

• Pastoralismo;

• Valorização do campo;

• Uso da razão;

• Objetividade;

• Uso de pseudônimos.

• Temática universalista;

• Figuras mitológicas;

• Equilíbrio;

• Antropocentrismo;

• Convencionalismo amoroso;

•Valorização da cultura greco-romana;

• Contraste: simplicidade da vida X apegos materiais;

• Contraste: ambiente urbano e o ambiente campestre;


Em relação à linguagem e forma estrutural das poesias árcades, temos a presença de:

• Sonetos;         

• Ordem direta (da estrutura sintática);

• Versos decassílabos;  

• Linguagem mais simples.


PRINCIPAIS AUTORES NO BRASIL: Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama, Silva Alvarenga e Santa Rita Durão.


LEMAS ÁRCADES

Conhecidos como lemas árcades, estes são expressões latinas que remetem aos valores de uma vida simples, sem apegos materiais e que valorize as pequenas coisas da vida. Veja quais são:

• Carpe Diem (Aproveitar a vida, viver o momento);

• Locus Amoenus (Lugar ameno, significa um lugar simples, um refúgio longe dos centros urbanos);

• Fugere Urbem (Fuga da cidade, remetendo à felicidade da vida no campo, em contraste com o caos urbano);

• Aurea Mediocritas (Desvínculo à vida material, que segundo os árcades era considerada uma vida medíocre, mas rica em realizações espirituais);

• Inutillia Truncat (“cortar o inútil”, ou seja, afastar-se da infelicidade que o apego material pode causar).


OBRAS

A obra dos árcades brasileiros pode ser dividida em “poemas líricos”, “obras satíricas” e “literatura épica”. Algumas das principais obras:

Marília de Dirceu (1792), Cartas Chilenas (1863); Obras Poéticas de Glauceste Satúrnio (1768); O Parnaso Obsequioso e Obras Poéticas (1768), Vila Rica (1773) e Poesias Manuscritas (1779); O Uraguai (1769); Caramuru (1781)."


CARTAS CHILENAS

No Brasil, durante o período da Inconfidência Mineira, muitos autores e intelectuais eram engajados politicamente e lutavam contra as tiranias do governo. As cartas chilenas tratam-se de poemas que criticavam o abuso de poder e satirizavam os desmandos administrativos da região mineira, além disso, por medo de serem perseguidos, os escritores omitiam a sua autoria.


MARÍLIA DE DIRCEU

Marília de Dirceu é uma das mais importantes do movimento árcade no Brasil e a obra mais emblemática do poeta árcade luso-brasileiro Tomás Antônio Gonzaga. Trata-se de um longo poema lírico que foi publicado em Lisboa, a partir de 1792. As principais características são: romantismo, bucolismo, pastoralismo, descrição e culto à natureza e à simplicidade.

De caráter autobiográfico, Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) escreveu essa obra inspirado na sua própria história de amor. Conheceu sua musa inspiradora quando estava morando e trabalhando como Ouvidor Geral na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. Seu nome era Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão. Chegaram a ficar noivos, no entanto, esse amor não pode ser consumado, visto que Dirceu foi exilado de seu país. Tomás foi acusado de conspiração, uma vez que estava envolvido com o movimento da Inconfidência Mineira.

Sendo assim, ele foi preso e exilado na África, se afastando de sua amada. Nesse tempo, escreveu a obra que o consagraria.

Curiosidade: A cidade de Marília, no interior de São Paulo, foi batizada com esse nome em homenagem à obra do poeta Tomás Antônio Gonzaga.


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